terça-feira, 20 de abril de 2010

Que Cara Tem o Seu Amor?



Agora, pois, permanecem a fé, a esperança, o amor, estes três; mas o maior destes é o amor. (I Coríntios 13:13)

A palavra "amor" recebe múltiplos significados na língua portuguesa. Pode significar afeição, compaixão, misericórdia, inclinação, atração, paixão, querer bem, satisfação, conquista, desejo, libido, etc. O conceito mais popular de amor envolve, de modo geral, a formação de um vínculo emocional com alguém, ou com algum objeto que seja capaz de receber este comportamento amoroso e enviar os estímulos sensoriais e psicológicos necessários para a sua manutenção e motivação.

A palavra “amor” tem recebido tantos significados que, com isso, tem perdido o seu real valor. O verbo “amar” e suas conjugações tem sido aplicados de formas tão vazias que, muitas das vezes nos levam a esquecer o verdadeiro significado do sentimento “amor”.

Na Bíblia, a palavra "amor" é traduzida de quatro palavras gregas. São elas: Eros (físico), Philos (amizade), Storge (familiar) e Ágape (incondicional).

EROS (Físico): É o amor totalmente humano, carnal. Esse tipo de amor pode até incluir algum sentimento verdadeiro, mas é, basicamente, atração física, desejo sexual e expectativa de satisfação pessoal. O eros apresenta-se como amor pelo outro mas é amor por si próprio. Esse tipo de amor só quer receber, o pouco que ele dá, é com o intuito de receber algo em troca.

Eros está representado no livro de Cantares (onde Salomão deleitava-se com a beleza de sua amada) e na tradução de Provérbios 7:18.

PHILOS (Amizade): Neste nível, o amor é menos egoísta, mas ainda contempla o prazer, a realização e os interesses pessoais. Normalmente, desenvolvemos amizades com pessoas cujas características nos agradam, cujos interesses intelectuais e gostos compartilhamos. Desejamos e esperamos que estes relacionamentos sejam agradáveis e nos beneficiem de algum modo. Damos nossa amizade, atenção e ajuda, mas com alguma motivação egoísta. Mesmo assim, philos é um nível de amor mais elevado do que eros. Nesse nível, “nossa” felicidade é mais importante do que “minha” felicidade.

Philos é o grau de afeição que Pedro disse ter por Jesus quando este lhe perguntou, “Simão, filho de João, tu me amas?”. O pescador respondeu: “Sim, Senhor, tu sabes que te amo”. No original grego, o sentido é: “Sim, Senhor, tu sabes que gosto de ti, que sou teu amigo” (Jo 21:15-16).

STORGE (Familiar): A relação familiar é extremamente complexa e dinâmica. Daí o amor se constituir em um desafio de escolha a cada dia: escolher amar o outro apesar das diferenças e do desgaste que muitas vezes a relação apresenta diante do fator tempo. Não é uma relação fácil, mas com a sua escolha adicionada à graça de Deus torna-se possível. Porque família é projeto de Deus em primeiro lugar e Ele é o maior interessado. Mas família também tem que ser projeto de homens e mulheres, ou seja, é preciso implicação de cada membro da família.

Um excelente exemplo de Storge encontra-se em II Samuel 21:10-11, onde “Rispa montou guarda ao lado dos corpos de seus dois filhos e outros parentes, espantando dali aves de dia e animais do campo à noite”.

ÁGAPE (Incondicional): Esse tipo de amor não é alimentado pelo mérito ou valor da pessoa amada, mas por Deus. Ágape ama até mesmo quando a pessoa amada não é amável, não tem muito valor, não corresponde. Esse amor não é egoísta, não busca a própria felicidade, mas a do outro, a qualquer preço. Não dá 50% para receber 50%; dá 100% e não espera nada em troca. Há quem diga – “Mas isto não é possível, não é humano!” – Tem razão. Ninguém pode amar desse jeito a menos que Deus lhe dê esse tipo de amor. Isto não é fácil, todos queremos ser amados, fazemos de tudo para conseguir um pouco de amor, mas nossos esforços neste sentido acabam dificultando ainda mais as coisas, talvez até afastem de nós a pessoa cujo amor tanto almejamos. A duras penas, descobrimos então que é preciso amar primeiro com amor ágape.

A ilustração clássica desse tipo de amor encontra-se na história do bom samaritano (Lucas 10:29-37). Quando o samaritano olhou para o homem ferido e sangrando, não houve atração física (Eros). O homem que havia sido açoitado não era um ente querido pois os judeus e os samaritanos se odiavam (Storge). O homem deixado à beira da estrada não era um amigo, ele não tinha nada para oferecer, não havia possibilidade de ação recíproca (Philos). Qual seria a única motivação possível para o viajante ajudá-lo? Ele era um semelhante, um ser humano e o bom samaritano disse, em outras palavras – “Por isso eu vou ajudá-lo!” – Isto é amor Ágape.

Que tipo de “amor” temos oferecido às pessoas à nossa volta? O que nós buscamos quando oferecemos nosso “amor”? Qual tem sido o real valor de um “eu te amo”? Que significado temos dado a esse “amor”?

Pense nas pessoas que fazem, de uma certa forma, parte da sua vida! Pense no que você seria capaz de fazer por cada uma delas! Pense no que você gostaria de receber em troca!

Pense nisso e descubra que tipo de amor você tem oferecido.

Que DEUS abençoe a todos.

Tiago Genelhu

"Amada minha - Asas da Adoração"

2 comentários:

  1. Uma das perguntas que me incomodava há algum tempo atrás era: como nós, dessa nova geração, vamos conhecer/viver/sentir o verdadeiro amor se ele está tão banalizado em nossa sociedade? Até mesmo dentro das igrejas vemos o amor dos servos de Deus de uma forma distorcida. Está aí a importância de conhecer mais sobre o amor e suas diversas formas, para não o usarmos de forma inapropriada. Uma dica: não busque o amor de Deus por ouvir falar ou por apenas experiências de outras pessoas... busque experimentar o amor de Deus na sua vida. Você e Ele. Quando mais conhecemos e recebemos desse amor, mais e mais queremos! É amor sem fim! Texto lindo, Tiagueteeeeee... Deus abençoe!!!

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  2. Que o amor de Deus que nos transforma e nos une como irmãos, possa nos vivificar a cada dia mais em Cristo Jesus!
    Que Deus abençoe essa mocidade linda de vcs! Visitem e comentem meu blog tbm, é muito estimulante ler um comentários sincero de alguem...
    abraços fraternos!

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